Empatia nas empresas: como trabalhar essa habilidade nas pessoas?

A interação entre as pessoas é natural e necessária e, durante o convívio, prezamos por uma comunicação saudável e calorosa. Isso acaba, até mesmo, tornando esse tipo de contato positivamente marcante.

A empatia surge quando tentamos mostrar o nosso melhor lado e ver o lado do outro, ajudando as pessoas em suas dificuldades e entendendo-as sem, necessariamente, julgá-las.

E, no trabalho, isso não pode ser deixado de lado. Lá — talvez mais do que em qualquer outro lugar — as pessoas precisam se acolher, mostrando empatia e compreensão uma pela outra. Assim, é possível crescer em conjunto e atingir melhores resultados.

Simpatia x Empatia

Ao contrário do que muitos pensam, empatia não é igual a simpatia. Elas podem até ser próximas — primas, quem sabe? — mas não são iguais. 

A simpatia é o que sentimos em relação ao outro ou a sensação que transmitimos para o outro. Então, podemos dizer que ela é exterior, como uma simples afinidade com o próximo.

A empatia, por sua vez, é considerada algo mais interior, íntimo e intrínseco entre duas pessoas. É a ação de compreender os pensamentos, sentimentos e experiências dos outros. Em síntese, podemos dizer que a empatia é “se colocar no lugar do outro”.

Por quê desenvolver a empatia dentro da empresa?

Desenvolver a empatia dentro de um ambiente de trabalho, pode levar os colaboradores a sentirem e demonstrarem um profundo respeito e admiração entre si, além de se sentirem mais seguros.

Isso faz com que seja possível enxergar o objetivo de seu trabalho mais claramente, evitando a perda de tempo e o desgaste com emoções negativas, como o ressentimento e a raiva. Esses sentimentos podem desfocar os colaboradores no cumprimento de suas tarefas e impactar a empresa negativamente.

Uma pessoa empática transparece a preocupação e o zelo pelo bem-estar do outro (algo que não acontece quando você apenas segue regras e regulamentos limitantes no que tange o relacionamento interpessoal).

Segundo o relatório do Businessolver’s Workplace Empathy Monitor (2017), a empatia impacta diretamente na produtividade, lealdade e engajamento dos funcionários. Os dados apresentados no relatório da pesquisa mostram, claramente, a relevância de implementar uma cultura empática dentro de uma empresa:

  • 77% dos funcionários entrevistados estariam dispostos a trabalhar mais horas em um local de trabalho mais empático;
  • 60% deles aceitariam a redução de seus salários pelo mesmo contexto empregatício;
  • 92% dos profissionais de RH observaram que um ambiente de trabalho compassivo é fundamental para a retenção dos funcionários;
  • 80% dos millennials afirmaram que deixariam seu emprego atual caso seu ambiente de trabalho se tornasse menos empático.

Uma cultura empática e o papel da liderança dentro da empresa

O papel de uma boa liderança é conduzir seus liderados ao sucesso. Portanto, ela pode ter impactos extremamente positivos (ou negativos) de acordo com a forma como é conduzida.

Portanto, é importante analisar o perfil das lideranças vigentes nos espaços de trabalho. O líder prioriza as entregas de forma inflexível e trata seus liderados com rancor e grosseria? Ou considera as particularidades de sua equipe com atenção, apreço e foco em crescimento de forma edificante?

Na segunda opção, com certeza, a chance de criar um ambiente de trabalho saudável e de colaboradores mais felizes e empenhados em suas atribuições é bem maior. O centro dessa diferença de perfis de liderança, então, é dado pela implementação da empatia.

Além disso, um senso de equipe bem estruturado entre os colaboradores só pode ser alcançado através de uma gestão empática. E, de forma natural, a lealdade dos colaboradores cresce perante esse tipo de gestão.

É dessa forma que a confiança é construída e moldada na equipe. E, quando isso acontece, gera também um aumento de motivação nos funcionários que prezam por melhoria contínua nos processos internos e externos à empresa.

Como desenvolver a empatia?

Você sabia que a maioria das pessoas com notas altas em avaliações sobre empatia, na verdade, não tem ideia do motivo disso acontecer? Pois é, elas simplesmente afirmam que gostam de pessoas, as valorizam como indivíduos (e não como apenas números) e gostam de ajudá-las.

No entanto, você deve estar se perguntando: “É possível aprender a ser mais empático?”

Sim, é possível. Assim como você tem reações a situações onde ri, sofre, lamenta e se alegra como qualquer pessoa, é importante entender que o outro também é assim. Dessa forma, procurar entender os sentimentos que vão além dos seus e as particularidades de cada pessoa é, também, uma forma de praticar e desenvolver atitudes empáticas.

Isso já está dentro de você, só é preciso abrir uma porta para ampliar sua visão e externalizar atitudes que passem mais empatia.

Tente entender melhor as necessidades do outro, assim você desenvolverá relacionamentos mais próximos e irá criar um ambiente agradável, seguro e harmonioso entre todos que o compõem.

Características de líderes empáticos: o que os define?

Os líderes empáticos são assim definidos, pois se apresentam bastante receptivos a qualquer interação de seus colaboradores. Portanto, algumas características sociais são mais predominantes do que outras num líder com este perfil.

Eles escutam mais e falam menos 

Eles ouvem mais do que conversam, pois, estão dedicados em entender as dificuldades que o outro enfrenta. Isso faz com que o colaborador se sinta reconhecido e valorizado.

Líderes empáticos dão abertura para o colaborador desabafar e tentam, ao máximo, compreendê-lo em sua angústia.

Gestores empáticos percebem que a empresa é formada por pessoas e, no final das contas, um bom resultado só é possível através do esforço individual de cada uma delas, desempenhando com excelência seu papel. Por isso, no intuito de amparar seus funcionários, eles dão abertura para qualquer espécie de comunicação.

Eles têm as prioridades bem estabelecidas

Cada liderança costuma priorizar uma coisa diferente. 

Porém, para os líderes empáticos, dentro de uma equipe, sempre deve haver tempo para lidar com os sentimentos do outro. Eles entendem que dessa forma a sua equipe enfrentará desafios e barreiras de cabeça erguida. 

Não é possível prosperar em equipe, caso hajam lacunas de confiança entre o líder e seus colaboradores.

Eles são pacientes

Os líderes empáticos têm bastante paciência com os membros da sua equipe, pois sabem que, eventualmente, eles podem apresentar dificuldades durante algum processo.

A paciência é uma habilidade que todo mundo consegue desenvolver, inclusive através da meditação é possível aprimorar essa característica, portanto, não custa nada se dedicar à isso e a pessoa só tem a ganhar!

Identificam o potencial individual de cada colaborador

Os líderes empáticos percebem os pontos fortes e fracos de cada indivíduo, e, com isso, podem guiar da melhor forma o colaborador para lidar com qualquer situação, designando cada pessoa para realizar tarefas nas quais ela melhor se destaca.

Todo o desempenho insatisfatório tem uma raiz e ela normalmente está ligada diretamente aos indivíduos que compõem o seu time, portanto, valorize os pontos positivos de cada um e, assim, você terá a equipe dos sonhos!

Como a minha empresa pode ajudar o colaborador?

O RH é o principal condutor dos processos que prezam o bem-estar corporativo. Portanto, implementar uma cultura de empatia também é seu papel.

É função do profissional de Recursos Humanos criar ações e promover esse tipo de prática no ambiente de trabalho, portanto, trouxemos 6 dicas de como implementar uma cultura empática na sua empresa:

7 dicas de como desenvolver e exteriorizar a empatia no ambiente de trabalho.

No intuito de favorecer a disseminação de uma cultura mais empática, trouxemos 7 dicas de como desenvolver a empatia no ambiente de trabalho. Veja só:

  1. Preste atenção nas pessoas. Não apenas no que elas têm a dizer, mas também em como se comportam. Lembre-se: uma pessoa empática tende a não desviar o olhar ou mudar de assunto, isso mostra segurança à outra pessoa, o que acaba por fazê-la se sentir valorizada e reconfortada;
  2. Mostre-se presente, sempre: pergunte às pessoas sobre seus interesses, sugestões e críticas para melhorar o ambiente de trabalho;
  3. Dê feedbacks periódicos. Assim, eles terão consciência do que é esperado deles e do desempenho que estão entregando. Elogie suas conquistas e amenize as críticas. Sugira pontos de melhora e não foque tanto no lado negativo (isso destrói qualquer motivação que a pessoa tenha previamente ou venha a ter no futuro). Infelizmente, ainda é comum encontrar gestores que fazem isso apenas para pontuar as limitações dos seus funcionários.
  4. Pense duas vezes antes de falar. Podemos ter o impulso de querer interromper alguém caso discordemos de algo. Entretanto, isso pode gerar a insegurança na outra pessoa que está falando e pode fazê-la desistir de se abrir com você. Por isso, saiba quando intervir e opinar. 
  5. Priorize as necessidades individuais dos funcionários. Dê atenção às suas necessidades individuais e pergunte quais mudanças os colaboradores gostariam de ver e que podem gerar resultados positivos para a empresa. 
  6. Acompanhe a saúde física e mental dos trabalhadores. Isso fará com que o funcionário reconheça a preocupação que a empresa está tendo com ele e irá melhorar, naturalmente, sua produtividade e eficácia ao lidar com as tarefas. Conte com a ajuda de alguma empresa especializada na promoção da saúde, segurança e bem-estar para que, dessa forma, a sua empresa consiga fazer um acompanhamento mais eficaz da saúde de seus colaboradores.
  7. Tenha o costume de fazer reuniões. Isso faz com que os seus colaboradores engajem melhor em qualquer atividade proposta.

Você gostou desse nosso artigo sobre implementação de culturas positivas e de foco no bem-estar corporativo? Que tal, então, se aprofundar e entender melhor sobre como manter a boa saúde mental das pessoas da sua empresa?

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